Quem são as mulheres do agronegócio?
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As mulheres vêm quebrando paradigmas em todos os setores da sociedade, e isso não é diferente no agronegócio. De acordo com a pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, as mulheres já são responsáveis por 34% dos cargos gerenciais no agronegócio brasileiro.
No decorrer dos últimos 12 anos, as mulheres vêm assumindo papéis de liderança no mercado como pecuaristas, pesquisadoras, agricultoras, executivas de empresas do setor e empreendedoras.
O agronegócio é visto como um mercado predominantemente masculino. Sabemos que a luta para conquistar uma posição no mercado não tem sido fácil, porém, atualmente 1 milhão de mulheres se encarregam de cuidar das propriedades rurais no país, trazendo novas formas de liderar e fazer negócios no mercado.
“Dentro das fazendas, quando víamos uma mulher liderando, isso ocorria porque alguma coisa drástica tinha acontecido, como o falecimento do pai ou marido. Hoje há outro movimento, elas estão assumindo as fazendas porque querem.” — Teresa Vendramini SRB (Sociedade Rural Brasileira)
A tecnologia é a maior aliada no aumento da representatividade feminina no Agro
Se antes as mulheres eram minoria em cursos de graduação como agronomia, veterinária ou finanças, hoje o perfil da mulher que atua no agronegócio brasileiro é de alta escolaridade e independência financeira: 55% acessam a internet diariamente, 60% têm curso superior completo e 88% se consideram financeiramente independentes.
Esse perfil permite que as empresas ou projetos liderados por mulheres sejam mais abertos para adquirir novas tecnologias no negócio. Uma pesquisa da ABAG do 2019, apontou que 20,1% das mulheres estão interessadas em aprender mais sobre o mercado de tecnologia, como softwares de gestão ou plataformas de comercialização digital.
Além disso, as mulheres do Agro têm um perfil ativo nas redes sociais. Os dados mostram que as plataformas mais usadas são o Facebook (92,9%), WhatsApp (96,1%), Instagram (54,8%) e LinkedIn (26,1%), o que permite a interação constante para criação de novos projetos e parceiras, formando um networking bastante rico.
Ainda existe um desafio e um longo caminho pela frente
Embora o papel da mulher esteja ganhando relevância cada vez maior, ainda existem vários desafios para que elas alcancem posições de liderança nas empresas.
Um fator relevante é que as mulheres, além de construir suas carreiras profissionais, ainda têm maiores responsabilidades no lar que os homens, e mesmo trabalhando em seus empregos continuam desempenhando o papel de donas de casa.
Outro ponto importante é que mesmo com aumento da participação das mulheres na indústria, ainda existe uma diferença salarial entre homens e mulheres em uma mesma posição. No agronegócio, por exemplo, as mulheres recebem em média 26% a menos que os homens.
Mas, apesar das dificuldades, as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço.
O futuro do Agro também é feminino
A força feminina está cada vez mais presente no agro, e em diversos setores dentro do segmento como é a sucessão familiar, assistência técnica, cargos de decisão e comando nas corporações.
Este aumento é apenas o começo de um novo ciclo, liderado por mulheres, que está beneficiando o agronegócio e transformando a indústria com ideias inovadoras e tecnológicas.
Na Gavea acreditamos na diversidade e temos certeza que somente assim construiremos um futuro mais inclusivo e melhor para todos.
Este artigo foi escrito por Brenda Flores, Analista de Marketing Sr da Gavea
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
