Negociações por telefone ou Whatsapp: por que já passou da hora de deixar essa prática de lado?
--
Na semana passada, o mundo inteiro viu o Whatsapp, o Instagram e o Facebook, suas plataformas de comunicação mais famosas, ficarem fora do ar durante várias horas. Isso foi sinônimo de perda de oportunidades e prejuízos para pelo menos 76% dos produtores rurais
Vivemos na era do imediato: SMS, mensagens instantâneas, e-mails, redes sociais. Dados da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) apontam que 76% dos produtores rurais brasileiros utilizam o Whatsapp para negociar e cerca de 74% se mantêm atualizados através da internet. No entanto, a plataforma não foi criada para esse propósito, e negociar por lá pode ser uma furada, pois ela não gera registro de transações, não é vinculante e peca na rastreabilidade.
Durante a pandemia, o número de negociações através de mensagens instantâneas aumentou. Com a impossibilidade de encontro entre as partes para concluir o negócio, o Whatsapp foi enxergado, ainda mais, como uma alternativa fácil, rápida e cômoda. Isso é típico em municípios menores, nos quais a proximidade entre os habitantes é maior, o que ocasiona menos formalidade no fechamento de contrato.
Agir de maneira tardia ou enfrentar dificuldades de comunicação durante o andamento de uma negociação podem ser fatores que colocam a perder uma possível compra ou venda, gerando prejuízos para ambos os lados. No artigo de hoje, falaremos sobre riscos e desvantagens desse tipo de prática.
Instabilidade rotineira
O Whatsapp, assim como o Instagram, pertencem a Mark Zuckerberg, criador do Facebook. A compra da plataforma para postagem de fotos foi feita em 2011, por 1 bilhão de dólares; e do canal de mensagens instantâneas foi em 2014, por cerca de 90 bilhões de reais. Quando há casos de instabilidade nos servidores, o que foi o caso do Facebook, isso atinge todas as empresas “vizinhas” que também pertencem a ele.
No desespero, os usuários acabam migrando para outras plataformas até os servidores se normalizarem, mas isso geralmente não resolve a situação. Mesmo assim, eles ficam privados de todo o histórico de mensagens, contatos, arquivos e demais dados armazenados nas aplicações que estão enfrentando problemas.
As mensagens enviadas e recebidas no aplicativo são criptografadas, o que impossibilita sua leitura e oferece uma sensação de segurança. No entanto, essa criptografia não significa que os seus usuários estão protegidos.
Após a compra do Whatsapp, a política de privacidade do aplicativo foi alterada e os dados de seus usuários passaram a ser compartilhados com a Facebook Inc. Esse compartilhamento, antes voluntário, passou a ser obrigatório, o que significa que, ao concordar com as mudanças, o usuário dá “sinal verde” para que seus dados sejam exibidos: número de telefone, transações realizadas, celular utilizado e endereços de IP são alguns exemplos.
Parecem poucas informações, mas com a utilização de apenas algumas delas já é possível criar um perfil completo de qualquer usuário. De acordo com a Privacy Affairs, estima-se que os dados de cerca de 1,5 bilhão de pessoas vêm sendo vendidos em fóruns ocultos na web.
Somente durante a pandemia, a quantidade de golpes cibernéticos aumentou em 340%. Golpes na plataforma são comuns, como a clonagem de números, phishing e aplicativos espiões. De janeiro a agosto de 2021, só no estado do Paraná, foram mais de 70 mil vítimas.
Legitimidade da negociação
Enquanto alguns advogados defendem que se trata de um assunto delicado e com possibilidade de cancelamento, outros afirmam que esses tipos de contrato se enquadram no termo de “real intenção das partes” e são respaldados pelo Código Civil.
Por mais que o uso dessa ferramenta seja popular para fechar negócio, ele não é ideal. Há uma zona cinza no que diz respeito à legitimidade nos contratos fechados informalmente.
Indisponibilidade em modelos antigos
Neste mês, o Whatsapp anunciou que está passando por mudanças internas e que, devido a isso, alguns modelos de celulares mais antigos não terão suporte para a aplicação.
A atualização, que valerá a partir de novembro, deixará de lado muitas pessoas que usam o aplicativo como ferramenta de trabalho. Quem tem condições, terá que adquirir um aparelho novo, com software atualizado. Quem não tem, deve buscar outra opção.
Como negociar de maneira 100% digital e segura? Só com a Gavea.
A Gavea é a primeira bolsa digital de commodities do Brasil, e a única a usar a tecnologia blockchain, uma solução descentralizada, que permite que diversas partes negociem entre si com autonomia, segurança e privacidade de dados, rastreabilidade e confidencialidade.
No quesito da legitimidade, todas as negociações feitas no blockchain da Gavea são vinculantes, e regidas por contratos inteligentes (‘smart contracts’), registrados automaticamente e assinados com certificados digitais — no caso da Gavea, com certificados do tipo ICP-Brasil, que tem jurisprudência em todo território nacional.
Não à toa a Gavea representa o futuro do agro — ao menos no que tange a comercialização e inovações neste sentido. Muitas empresas já optaram por negociar suas commodities através da nossa plataforma, que já soma mais de US$1 bilhão em liquidez (bids e ofertas).
Negocie na Gavea, com privacidade e segurança, sem estresse e sem interrupções. Vem com a gente!
Este artigo foi escrito por Paula Félix, Analista de Marketing da Gavea.