ESG, as três letras que estão definindo o futuro do Agro brasileiro
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Com cada vez mais países priorizando as diretrizes ESG em suas empresas, elas passam a ser, cada vez mais, o caminho que está guiando o agronegócio mundial. Mas como o Brasil vai seguir essa tendência?
O mês de novembro foi cenário de muitas mudanças no agronegócio global após a COP 26. No último dia 10, empresas varejistas responsáveis por 60% da soja comprada no Reino Unido assumiram o compromisso de deixar de comprar grãos oriundos de áreas desmatadas ou convertidas após janeiro de 2020. O objetivo é proibir totalmente esse tipo de grão até 2025.
Os países europeus agiram logo depois. Na semana seguinte, a Comissão Europeia propôs proibir a importação de produtos vindos de áreas desmatadas. O projeto de lei foi apresentado e levado ao Parlamento.
Essas medidas têm um denominador comum: o de incentivar produtores, fornecedores e compradores a optarem por uma forma mais sustentável de desenvolver o agronegócio daqui para a frente, pautado principalmente pelas diretrizes ESG.
O que são as diretrizes ESG?
As diretrizes ESG foram lançadas em uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2005. A sigla significa Environmental, Social e Governance, ou Ambiental, Social e Governança em português.
O termo foi cunhado em um documento oficial, resultado de uma provocação do secretário-geral da ONU na época, Kofi Annan, a 50 CEOs de grandes empresas. A intenção dele era obter respostas sobre como fazer com que os critérios fossem integrados ao mercado de capitais.
Apesar de existir há mais de uma década, o assunto foi ganhando mais relevância nos últimos anos, nos quais as mudanças climáticas e suas consequências se tornaram mais visíveis do que nunca.
Como consequência, a falta de compromisso ambiental tem sido vista como um risco crescente para a sustentabilidade do sistema financeiro global.
ESG depois da COP 26
A Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU, ou COP 26, aconteceu entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro em Glasgow, na Escócia. Ao total, participaram representantes de XX países e diversos tópicos foram abordados, entre eles as práticas ESG.
O Brasil, como potência agroambiental, está sob pressão especialmente no que diz respeito ao desmatamento da Amazônia. De acordo com dados do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (DETER) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foram desmatadas mais de 470 milhões de árvores somente em 2021.
Isso acende um alerta vermelho para o país do ponto de vista de empresas estrangeiras, que correspondem a grande parte das exportações brasileiras de commodities. Com a proibição de produtos de áreas desmatadas, o agronegócio terá que tomar medidas rápidas e eficientes para não cair no prejuízo.
O Agro sob pressão
Uma declaração conjunta assinada pelos Estados Unidos e pela China durante a COP 26 colocou o Agro sobre pressão. Ambos os países se comprometeram a mitigar o desmatamento ilegal global usando como ponto de partida os produtos que importam de outros países.
O Brasil atende a mais de 60% da demanda chinesa de matérias-primas, assim como o fornecimento de carne bovina. Os Estados Unidos, segundo lugar no ranking de exportações, já caminham para adotar restrições em breve.
Tais fatores demonstram a necessidade crescente de garantir uma cadeia de produção sustentável, não só do ponto de vista ambiental, mas também do social e de governança. Com as commodities correspondendo a quase 70% de todas as exportações brasileiras, adotar as diretrizes ESG passou de ser uma opção para uma obrigação.
O pilar da governança é a maior dificuldade do Agro, de acordo com a pesquisa “Agronegócio: Desafios à competitividade do Setor no Brasil”, realizada pela Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) em 2020. Segundo o presidente da associação, Marcello Brito, o tema é especialmente desafiador para pequenos e médios produtores.
Como a Gavea está sendo pioneira em ESG no Agro
O ESG tem grande impacto na maneira como uma empresa é vista, independentemente de resultados financeiros. No entanto, existem diferentes níveis de maturidade com relação à adoção de práticas sustentáveis no agronegócio.
As grandes empresas, por exemplo, já se mostram mais preocupadas com os princípios ESG, mas quando falamos do produtor rural que trabalha diretamente no campo, ainda há muito a progredir.
É possível dizer que as responsabilidades das indústrias com relação às áreas ambiental, social e de governança se tornaram um diferencial competitivo, principalmente devido às demandas tanto do lado dos investidores, quanto dos consumidores.
Produtos que foram produzidos de acordo com as diretrizes, agora obrigatórias na União Europeia, no Reino Unido e em breve no resto do mundo, possuem mais opções de comercialização e, por isso, um maior valor agregado, visto que podem ser vendidos em qualquer mercado.
Na plataforma da Gavea, todos os participantes estão de acordo com checagens socioambientais, que são realizadas no processo de onboarding e a cada nova interação. Além disso, estamos lançando o nosso próprio programa de sustentabilidade, o Gavea.ESG, uma iniciativa inédita no setor com o objetivo de direcionar o futuro do Agro brasileiro a uma realidade cada vez mais sustentável e de acordo com as diretrizes ESG.
Nós já somos familiarizados com essa sigla desde o início, e você? Faça parte de um futuro do Agro mais sustentável com a gente! #VempraGavea